Rodrigo Maia adia votação de pacote anticorrupção para semana que vem
Diante da polêmica gerada na Câmara dos Deputados em torno da proposta de anistiar o caixa dois, o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação do pacote de medidas contra a corrupção. O deputado do DEM disse que o tema será retomado na semana que vem.
Maia disse que, a partir de hoje, vai se reunir com líderes e presidentes de partido para tratar sobre a proposta, aprovada na madrugada de hoje pela comissão especial. “Não pode sem debate e não precisamos de afogadilho nem aprovar 100% do relatório, nem rejeitar 100% do relatório”, disse.
Maia ressaltou que a decisão do Plenário é soberana e negou que haja qualquer manobra para aprovar ou rejeitar qualquer texto. “O nosso Plenário tem independência para votar todas as matérias, para aprovar qualquer texto, para rejeitar qualquer texto e ninguém pode se sentir prejudicado por esta decisão soberana”, disse.
Ele também negou que haja articulações para incluir na medida a anistia ao caixa dois eleitoral. “Vamos acabar com essa discussão de anistia, não há anistia de um crime que não existe. É só um jogo de palavras para enfraquecer e desmoralizar o Parlamento”, disse.
Na madrugada desta quinta (24), a comissão especial que analisa o conjunto de medidas anticorrupção concluiu a análise sobre o parecer do relator, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), com 12 propostas.
Ainda madrugada, porém, Rodrigo Maia reuniu líderes e parlamentares para articular a votação do pacote em plenário e, segundo o deputado Vicente Cândido (PT-SP), encontrar uma forma de anistiar quem praticou o caixa 2 em eleições passadas.
O novo texto deverá incluiria duas medidas que ficaram de fora do pacote aprovado: a anistia à prática do caixa 2 nas campanhas eleitorais e a previsão de punir magistrados e integrantes do Ministério Público Federal por crime de responsabilidade..
Confira aqui o texto que deve anistiar o caixa 2
"Vamos votar um substitutivo que muda bastante o conteúdo do texto, muda quase tudo, cerca de 70%", disse o deputado Vicente Cândido, vice-líder do PT e próximo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo o deputado, há um acordo para que o texto siga, "de imediato", para ser apreciado no Senado, para, em seguida, ser sancionado pelo presidente Michel Temer. Cândido, no entanto, negou que a pressa exista por conta da expectativa da homologação das delações dos executivos da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
Para justificar a aprovação de um texto mais favorável à classe política, deputados alegam que o relator das medidas anticorrupção descumpriu o acordo com os líderes e votou um texto diferente do que foi acertado com as bancadas.
Publicada em : 24/11/2016