Querem colocar a conta da corrupção no bolso do cidadão, diz Dallagnol

 

O presidente Michel Temer declarou que "a população vai compreender" o aumento das alíquotas do PIS/Cofins para gasolina, etanol e diesel "porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos". A afirmação foi rebatida pelo coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que criticou a medida.

“Desviam 200 bilhões por ano praticando corrupção, deixam de aprovar no Congresso medidas anticorrupção, gastam mais do que devem inclusive via emendas milionárias para parlamentares a fim de comprar o apoio parlamentar para livrar Temer da acusação legítima por corrupção; e agora querem colocar a conta disso tudo no nosso bolso, aumentando impostos. Precisamos recuperar nossa dignidade”, disse.

O procurador afirmou que toda vez que abastecer o carro vai pensar na saúde e educação dos mais pobres. “[Toda vez] que eu topar com buracos em estradas e infraestrutura precária que prejudica investimentos, vou lembrar disso tudo”, disse.

Deltan também lembrou que ano que vem é eleitoral. “E em 2018 vou mostrar toda a minha compreensão do que está acontecendo e dar minha resposta contra os corruptos, como cidadão, nas urnas”, disse.

O presidente defendeu enfaticamente a medida, que, de acordo com os ministérios do Planejamento e Fazenda, vai resultar numa arrecadação adicional de R$ 10,4 bilhões e afirmou que "era preciso estabelecer este aumento no tributo" para garantir o cumprimento das metas fiscais e de crescimento econômico.

“Este é o fenômeno da responsabilidade fiscal e esta responsabilidade fiscal é o que importou neste pequeno ato do PIS/Cofins, em primeiro lugar para manter a meta fiscal que estabelecemos. Em segundo lugar, para assegurar o crescimento econômico que pouco a pouco tem vindo”, declarou Temer, no hall do hotel Sheraton de Mendoza.


Publicada em : 21/07/2017

Copyright © 2018 Associação Contas Abertas