Procuradores de Contas pedem auditorias operacionais do sistema prisional
Em razão dos graves fatos ocorridos nos últimos dias, em que, aproximadamente, 100 (cem) presos foram assassinados no sistema penitenciário dos Estados do Amazonas (AM) e de Roraima (RR), o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas (CNPGC) deliberou a adoção de estratégias de atuação regional e nacional.
No âmbito regional, membros do Ministério Público de Contas da Região Norte, protocolaram, ontem (09), por seus Procuradores-Gerais de Contas, simultaneamente, representações junto aos Tribunais de Contas dos seus Estados, a fim de que sejam realizadas Auditorias Operacionais nos sistemas prisionais estaduais. A intenção é ter o máximo de informações sobre estrutura e custos dos presídios nas localidades.
Segundo a presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas, Cláudia Pereira, a estratégia visa a construir um ambiente totalmente voltado para a melhoria da gestão, do controle dos gastos e das receitas, que envolvem o sistema, e, de conseguinte, das políticas públicas, responsáveis por tratar a questão, inclusive, de forma preventiva e pós-repressiva.
Já o procurador-geral do MPC/RO e vice-presidente do CNPGC para a Região Norte, Adilson Moreira de Medeiros, afirma que, pela primeira vez, um tema de controle será abordado não apenas de forma pontual e local, mas, regional.
“Entendem os Procuradores-Gerais do Ministério Público de Contas da Região Norte que, nesta temática, o problema revelado não possui fronteiras e será mais eficientemente tratado se as soluções englobarem a realidade de toda a região”, afirma.
A segunda estratégia deliberada consiste em enviar expediente ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (ATRICON), conclamando a realização de auditoria coordenada em todo o sistema, com a cooperação de todos os Tribunais de Contas do país, à semelhança de outros eventos exitosos (como recentemente no caso dos Regimes Próprios da Previdência, em que obteve a adesão de 29 Tribunais de Contas estaduais).
Por meio dessa estratégia, o CNPGC sugere uma abordagem nacional para o problema, visando, igualmente, à melhoria do sistema como um todo, e à adoção de padrões mínimos de segurança, controle e fiscalização, respeitando-se o pacto federativo constitucional.
Os dados ao final coletados podem ser úteis para a análise das contas de Governo, podendo subsidiar eventuais ações do Ministério Público Estadual, além de serem divulgados à sociedade e aos órgãos de controle, em geral, como por exemplo ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Publicada em : 10/01/2017