Liberação de emendas atinge R$ 4,2 bilhões
A denúncia contra Michel Temer no Congresso Nacional, custou caro aos cofres públicos. Entre janeiro e 19 de julho de 2017, o governo federal liberou (empenhou) R$ 4,1 bilhões em emendas para parlamentares. As emendas são parte do plano do presidente para barrar na Câmara a investigação sobre o escândalo da JBS e tudo acabar em pizza.
A maior liberação desses recursos em 2017 aconteceu no mês de julho: R$ 2,1 bilhões empenhados (compromissos assumidos para pagamentos posteriores) para as emendas. Outro picos de “generosidade” de Temer em tempos de crise do governo aconteceu em junho: R$ 2 bilhões empenhados. Cabe ressaltar que as liberações acontecem enquanto o governo federal tenta administrar um rombo fiscal de R$ 139 bilhões.
Os dados consideram o empenho, isto é, a reserva de recursos para emendas individuais às despesas do Orçamento Geral da União (OGU). Os dados são do Siga Brasil, do Senado Federal.
Do total liberado em emendas em 2017, mais de 82% foi para deputados federais (R$ 3,5 bi) e o restante para senadores. No topo do ranking de beneficiados estão as bancadas estaduais do Maranhão, Roraima e Rio Grande do Norte.
Para onde vão as emendas
A maior parcela das emendas liberadas estão alocadas em iniciativas da saúde. Cerca de R$ 2,1 bilhões foram destinados ao Ministério da Saúde. No topo da lista ainda estão o Ministério das Cidades (R$ 995,7 milhões) e o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (R$ 224,4 milhões). Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia serão os mais beneficiados.
Corte
O montante empenhado para emendas neste ano, representa mais de 70% do corte adicional que o governo federal irá fazer nas contas públicas. Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou que mais R$ 5,9 bilhões serão contingenciados nas despesas do governo federal.
Cabe lembrar ainda que o governo aumentou as alíquotas do PIS/Cofins para gasolina, etanol e diesel. O presidente Michel Temer declarou que "a população vai compreender" a elevação "porque este é um governo que não mente, não dá dados falsos".
Publicada em : 24/07/2017