Entidades que defendem interesses da rádio e televisão repudiaram a prisão de dois jornalistas brasileiros que investigavam o esquema de corrupção da Odebrecht na Venezuela. A equipe foi detida pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) junto a dois ativistas venezuelanos, José Urbina e María Jose Túa.

A Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert), representante legal das emissoras comerciais do Brasil e defensora intransigente da liberdade de expressão, considera inaceitável qualquer ato ou manifestação que impeça ou tente impedir que os profissionais da imprensa exerçam suas atividades, dentro ou fora do Brasil.

“A prisão dos jornalistas Leandro Stoliar e Gilson Souza da Record TV, na Venezuela, é um gravíssimo atentado ao livre exercício da imprensa, deve ser apurado com o rigor que merece e acompanhado pelas autoridades brasileiras”, disse o presidente da Fenaert, Guliver Leão.

Para Leão, atos de intimidação ou censura contra jornalistas vão na contramão de uma sociedade livre, independente e democrática. A Fenaert está atenta e vigilante aos movimentos que tentam impedir o trabalho da imprensa, que cumpre o dever de informar sobre os fatos de interesse da população.

A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) repudiou “veementemente” a ação do governo venezuelano em nota. “Tal decisão é abominável e digna apenas de regimes ditatoriais que não aceitam o livre exercício da imprensa e temem a verdade”, afirma o comunicado. Segundo a Abratel, todo o equipamento e o material jornalístico produzido pela equipe foram apreendidos.

Os dois jornalistas brasileiros da TV Record detidos já foram liberados e devem sair do país vizinho, informou o Ministério das Relações Exteriores. O horário da soltura não foi informado. O Itamaraty aguarda os profissionais deixarem o solo venezuelano para manifestar-se em nota sobre o episódio. A pasta informou que acompanha o caso desde sábado e que acionou a embaixada e o consulado brasileiros em Caracas, para auxiliar os brasileiros.