Compra de remédios no ano ultrapassa gastos com empreiteiras no ranking dos maiores fornecedores da União
Um único laboratório de produção de biofármacos recebeu dos cofres das União mais de quatro vezes o valor liberado à empreiteira que detém o maior volume de contratos com o governo federal em 2018. A Bionovis S.A., Companhia Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica, recebeu até 13 de setembro R$ 238,4 milhões, contra R$ 56,3 milhões pagos à empreiteira mineira LCM, atual campeã nos contratos para obras.
Os dados são do Portal da Transparência, mantido pelo Ministério da Transparência e Controladoria Geral da União, que passou a conter informações mais detalhadas sobre as empresas que celebram contratos com o governo. O ranking das dez maiores empresas que receberam recursos públicos mostra mudanças tanto nas prioridades na liberação de dinheiro como nas empresas beneficiárias dos pagamentos.
A Bionovis, recordista em pagamentos em 2018, nem aparecia no ranking dos dez maiores fornecedores de materiais em 2017, liderado pela Fundação Butantan. A Bionovis é uma joint venture de biotecnologia farmacêutica formada pelas quatro maiores empresas do setor no Brasil, com acordos para transferência de tecnologia de empresas estrangeiras. Um dos maiores contratos é para o fornecimento do medicamento infliximabe, usado em pacientes com doenças autoimunes no Sistema Único de Saúde. A compra de medicamentos envolve seis dos dez maiores fornecedores do governo em 2018.
A empreiteira mineira LCM passou ao topo dos pagamentos entre as empreiteiras, pelos pagamentos recebidos em contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Criada em 2014, já recebeu da União R$ 819,7 milhões. Em 2015, nem aparecia entre as dez maiores empreiteiras em volume de pagamentos. Em 2016, já era a empreiteira que mais recebia recursos da União, posição que perdeu em 2017, quando passou ao segundo lugar no ranking, e retomou em 2018.
Uma outra empresa, a De Nigris Distribuidora de Veículos Ltda, também aparece com destaque. Foi a empresa que mais recebeu recursos da União na categoria de bens patrimoniais, como a venda de ambulâncias.
Publicada em : 17/09/2018