Cai gasto com energia elétrica em prédios públicos
No Executivo, Legislativo e Judiciário federal foram reduzidos os gastos com energia elétrica em 2017. Levantamento da Contas Abertas mostra que a União desembolsou R$ 2,4 bilhões com serviços de energia no ano passado. O montante é cerca de 7% menor do que os dispêndio de 2016. Os valores estão atualizados pelo IPCA, isto é, são constantes.
Apesar da retração, os números da energia ainda chamam a atenção, já que o governo federal é responsável pelo pagamento das contas de luz de todos os prédios do setor público federal.
O Ministério da Educação liderou o ranking de gastos com energia elétrica no ano passado. Ao todo, R$ 702,5 milhões foram desembolsados pela Pasta com esse tipo de despesa. Além da administração central localizada em Brasília, o valor inclui, por exemplo, pagamento de energia para 65 universidades federais. Em 2015, R$ 776,6 milhões foram desembolsados pela Educação.
Em segundo lugar no pódio está o Ministério da Defesa com a conta de R$ 390,9 milhões. A soma abrange todos as unidades das Forças Armadas na Marinha, Exército e Aeronáutica. No exercício anterior, R$ 466,8 milhões foram desembolsados com energia elétrica.
O terceiro colocado é o Ministério da Saúde, com uma conta de luz de R$ 162,3 milhões em 2017. Na lista de unidades gestoras vinculadas à Pasta em gastos com energia estão núcleos estaduais de saúde, fundações nacionais de saúde, hospitais federais e coordenações de vigilância sanitárias em portos, aeroportos e fronteiras.
Os gastos com energia são parte das despesas de custeio que o governo vem tentando diminuir nos últimos anos. Esse tipo de dispêndio, em 2017, recuou 1,1% em termos reais em relação ao ano anterior. Por outro lado, houve um aumento nominal de 2% na comparação com 2016.
“Eu diria que o resultado de 2017 é satisfatório”, comentou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. “Demonstra a estabilização dos gastos após anos seguidos de queda e demonstra que o governo está comprometido com o controle das despesas de funcionamento, de modo que sobrem recursos para as despesas mais finalísticas, que beneficiam mais a população”, completou.
Para 2018, o ministro defendeu a manutenção do baixo nível de despesas de custeio pelo Poder Executivo. “A expectativa é continuidade do controle desta despesa”, afirmou.
Tarifas
A falta de chuvas em 2017 vai pesar no bolso dos consumidores em 2018. Após um ano com um volume de afluências abaixo da média, que levou a um elevado consumo de energia a partir de usinas térmicas, mais caras, a tarifa de luz deve subir em um ritmo maior neste ano. E isso mesmo considerando que o atual período chuvoso, iniciado em novembro, tem se mostrado mais favorável.
As projeções variam, mas os reajustes das tarifas de energia devem superar os 10%, em média. Uma parcela significativa desse reajuste vem do aumento do custo da energia, pressionado pelo déficit hidrológico (GSF), estimam especialistas.
Publicada em : 24/02/2018